JAHÚ - a aventura do pioneiro esquecido
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JAHÚ - a aventura do pioneiro esquecido
JAHÚ - a aventura do pioneiro esquecido
Há setenta anos, a bordo do hidroavião Jahú, o brasileiro João Ribeiro de Barros tornou-se o primeiro aviador das Américas a cruzar o Oceano Atlântico num vôo sem escalas, uma façanha que a História esqueceu...
O norte-americano Charles Lindbergh foi o primeiro aviador das Américas a cruzar num vôo sem escalas o Oceano Atlântico, em 21 de maio de 1927.É o que aparece nas enciclopédias. É o que se ensina às crianças nos Estados Unidos, país acostumado a cultuar seus heróis. É o que registra a maioria dos livros e filmes sobre aviação. Mas não é verdade. O autor da proeza foi na verdade, o brasileiro João Ribeiro de Barros, que fez a travessia 23 dias antes do americano.
Enfrentando sabotagens, traições, despachando desaforos até para o Presidência da República e sem uma mísera ajuda governamental - comum na época, quando o mundo olhava para os céus e qualquer avanço era tido como uma conquista nacional - Barros partiu de Porto Praia, em Cabo Verde, África, às quatro e meia da manhã do dia 28 de abril de 1927, com seu hidroavião Jahú cuspindo fogo das 24 bocas dos motores de 1100 cavalos e o leme no rumo dos 223 graus magnéticos. Doze horas e 3,2 mil quilômetros depois, aterrissava na enseada norte de Fernando de Noronha.
As emissoras de rádio noticiaram, as autoridades ficaram ouriçadas e começou a série de rapapés, entrevistas a jornais e entrega de medalhas. O aventureiro do interior paulista, filho de fazendeiro rico, virava orgulho para o país de Santos Dumont .
Mais um brasileiro saía vitorioso ao desafiar os ares. E lá se foi o Jahú de Natal a São Paulo, fazendo várias escalas no meio do percurso, dessa vez não para um vôo histórico e perigoso, mas para uma grande celebração.
Onde quer que pousassem, o hidroavião e seus tripulantes - Barros, o comandante, mais três companheiros - eram recebidos com mesuras oficiais e alvoroço popular. O Rio de Janeiro parou e uma morena chegou a invadir a suíte de Barros, no hotel Glória, na tentativa de oferecer ao intrépido jovem de 27 anos algo mais que congratulações. A Praça da Sé, em São Paulo, ficou coalhada de gente para a missa aberta, na frente da Catedral que ainda estava em construção. Constitui-se até uma "Comissão Geral dos Festejos e Homenagens aos tripulantes do Jahú", que teve muito o que fazer durante pelo menos dois meses. Nesse período o comandante foi uma espécie de Ayrton Senna da aviação.
Hoje, setenta anos mais tarde, Barros só não é um personagem totalmente esquecido porque sua cidade natal - Jaú, no interior de São Paulo, à 280 quilômetros da capital - preserva com grande orgulho sua memória.
Há um grande monumento na praça principal, outro mais discreto numa praça menor, e ainda fotografias, papéis históricos e uma placa comemorativa no museu municipal. Fora da cidade, no entanto, os objetos e documentos do herói e sua máquina maravilhosa são tratados como quinquilharias. A despeito de seu valor, o avião Jahú está jogado às traças no Museu da Aeronáutica de São Paulo. Único exemplar em todo o mundo do modelo
S-55 da industria italiana Savóia Marchetti, o Jahú chegou a ser disputado por museus na Itália. Por decisão da família Ribeiro de Barros, que preferiu manter a máquina no Brasil, acabou sendo doado à Fundação Santos Dumont, a qual está vinculado o Museu da Aeronáutica.
Atirado num canto empoeirado que mais parece um cemitério de aviões, o Jahú tem suas peças de madeira carcomidas por cupins, dia após dia. Um relógio de pulso de Santos Dumont, cartas, mapas, troféus e esboços de projetos do comandante Barros simplesmente desapareceram. É o reflexo da situação calamitosa do museu - de resto, de quase toda a memória nacional -, há cinco anos interditado ao público, com rachaduras e infiltrações, escotilhas arrebentadas, porta principal fechada com um cabo de vassoura. À noite, o único segurança vai embora e o prédio vira abrigo de mendigos e viciados em crack.
Dois anos atrás a família do comandante entrou com uma ação na Justiça pedindo a volta de tudo que foi doado. "Fizemos a doação com condições que nunca foram cumpridas pela fundação nem pelo museu", diz o advogado José Ribeiro de Barros Filho, de 60 anos, sobrinho do comandante e porta voz da família.
A família Ribeiro de Barros, até hoje muito abastada, tinha naqueles anos 27 fazendas de café em Jaú e uma em Bauru. Dos sete irmãos que dividiam tarefas administrativas João era o mais irrequieto. Não gostava muito de ficar no campo e passou a se ocupar das compras de equipamentos .Viajava com frequência à Europa e Estados Unidos para importar o que de mais moderno havia para colheita e lavagem de café. O interesse profissional por máquinas agrícolas logo evoluíra para uma paixão desmedida por máquinas voadoras. Era a época em o homem começa a se aventurar nos céus e João Ribeiro de Barros resolveu largar o curso de Direito para estudar aviação nos Estados Unidos e Alemanha .
Aplicado, logo se tornou um dos melhores pilotos do mundo - eram pouquíssimos, menos de noventa, mas Barros ingressou rápido no time principal. Em 1926, aos 26 anos, quando foi à Savóia Marchetti encomendar um avião, já disposto a fazer a travessia do Atlântico, os donos da companhia italiana - então a mais respeitada - não toparam vender-lhe uma máquina zero quilômetro. O jovem viu-se obrigado a aceitar uma oferta perigosa: um S-55 de segunda mão, que já havia caído na África. Apesar de avariado, o avião custou uma pequena fortuna. Um fordinho custava 6 contos de réis e Barros teve de pagar pela máquina 550 contos - ou seja quase o preço de uma frota de 100 carros!!
Depois de uma série de consertos e adaptações técnicas, o avião - re-batizado de Jahú, grafia antiga da cidade do comandante - partiu de Gênova, na Itália, para Cabo Verde, ponto de partida para a travessia atlântica .Mas antes da chegada no arquipélago africano os motores começaram a falhar. Barros e seu mecânico, o também paulista Vasco Cinquini, abriram as engrenagens e constataram que houvera sabotagem. Um pedaço de bronze tinha sido colocado dentro do cárter, e nos tambores de gasolina - engenhosamente adaptados nos cascos de pouso do hidroavião - havia sabão caseiro.
Se a revisão total dos motores e a substituição total de 2,2 mil litros de gasolina, mais limpeza de tanques, mesmo hoje não são tarefas fáceis, imagine há setenta anos. Cinquini teve de voltar à Itália para mandar fazer peças de reposição, a tensão foi aumentando com o tempo perdido e o co-piloto Artur Cunha entrou em rota de colisão com Barros. Cunha deu sinais de que queria assumir o comando da equipe e acabou expulso. Às agencias telegráficas instaladas em Lisboa, para onde seguiu depois, o rebelado deu entrevistas debochando do ex-chefe e ainda e ainda ridicularizando certos feitos dos espanhóis. As declarações provocaram um entrevero diplomático entre o governo da Espanha, que viu ferida a honra da nacionalidade ibérica, e o Itamaraty brasileiro.
Quiprocó armado, até o então presidente do Brasil entrou na pendenga .Temendo maiores abalos nas relações exteriores, Washington Luís telegrafou para o comandante Barros, pedindo que desistisse da travessia. "Seria mais prudente que Sua Excelência cuidasse das obrigações de seu cargo e não se metesse em assuntos de que nada entende e onde não foi chamado", retrucou o aviador.
Com um novo co-piloto vindo do Brasil e maquinário totalmente revisado, Barros, então partiu para o vôo precursor entre os aviadores das Américas. Só não conquistou o pioneirismo mundial por conta dos percalços que o atrasaram em mais de três meses. Um mês antes dele, o italiano Francesco de Pinedo fez a mesma rota Cabo Verde - Fernando de Noronha, sem escalas. Assim, coube a Barros o título de primeiro aviador das Américas a cruzar o Atlântico num vôo direto. É certo que Charles Lindbergh cumpriu um trajeto maior, os 5,8 mil quilômetros que separam Nova York de Paris. Mas o fato é que na época o desafio proposto era atravessar o Atlântico, em qualquer que fosse a distancia - o que Barros fez antes do norte-americano . Além disso, enquanto Lindbergh contou com ajuda oficial para fabricar seu avião e embolsou um prêmio de 25 mil dólares oferecido pelo governo de seu país, Barros encarou a missão com a cara, a coragem e o próprio dinheiro .
O herói esquecido, que depois da aventura voltou aos afazeres nas propriedades da família e prestou serviços à Aeronáutica, pesquisando e comprando equipamentos no exterior, morreu em 1947 sem ter casado ou deixado filhos . Sua história fabulosa estimula os conterrâneos de Jaú na mobilização pelo resgate do S-55, o principalsímbolo da expedição. "Queremos o avião aqui, onde será bem cuidado", diz Raquel Cesarino, diretora do museu da cidade. A iniciativa, mesmo que tardia, parece oportuna. A sétima década do vôo atlântico do Jahú pode, finalmente, marcar o resgate da memória desse pioneiro da aviação, o mais importante para o Brasil depois de Santos Dumont.
Extraído da revista :"Os Caminhos da Terra" texto de Kaíke Nanne em janeiro de 97
Aviao: Savoia Marchetti S 55
Construtor: Societa Idrovolanti Alta Italia
Ano: 1925
Motor: 2/ 700 hp Fiat A-24R (12 cl. ) (no Jahu mudados p/ 1.100 hp)
Envergadura: Fts-79, Mts- 24,36
Comprimento: Fts-54,2 Mts16,51
Altura: Fts-15,5 Mts-5,00
Peso Vasio: 5,200 kg
Peso Max. de Deco.: 16,975 Lbs 7,700 Kg
Carga Util: 1,609 Lbs 730 Kg
Vel. Max.: 146 Ml/h 236 Km/h
Vel de Cruzeiro: 116 Ml/h 187 Km/h
Autonomia: 1.243 Milhas 4.200 km
Tripulacao: 2
Passageiros: 10-12
O Primeiro S55 voou em 1924. Teve motores e fins diversos. Nos anos seguintes, teve
cineas
Há setenta anos, a bordo do hidroavião Jahú, o brasileiro João Ribeiro de Barros tornou-se o primeiro aviador das Américas a cruzar o Oceano Atlântico num vôo sem escalas, uma façanha que a História esqueceu...
O norte-americano Charles Lindbergh foi o primeiro aviador das Américas a cruzar num vôo sem escalas o Oceano Atlântico, em 21 de maio de 1927.É o que aparece nas enciclopédias. É o que se ensina às crianças nos Estados Unidos, país acostumado a cultuar seus heróis. É o que registra a maioria dos livros e filmes sobre aviação. Mas não é verdade. O autor da proeza foi na verdade, o brasileiro João Ribeiro de Barros, que fez a travessia 23 dias antes do americano.
Enfrentando sabotagens, traições, despachando desaforos até para o Presidência da República e sem uma mísera ajuda governamental - comum na época, quando o mundo olhava para os céus e qualquer avanço era tido como uma conquista nacional - Barros partiu de Porto Praia, em Cabo Verde, África, às quatro e meia da manhã do dia 28 de abril de 1927, com seu hidroavião Jahú cuspindo fogo das 24 bocas dos motores de 1100 cavalos e o leme no rumo dos 223 graus magnéticos. Doze horas e 3,2 mil quilômetros depois, aterrissava na enseada norte de Fernando de Noronha.
As emissoras de rádio noticiaram, as autoridades ficaram ouriçadas e começou a série de rapapés, entrevistas a jornais e entrega de medalhas. O aventureiro do interior paulista, filho de fazendeiro rico, virava orgulho para o país de Santos Dumont .
Mais um brasileiro saía vitorioso ao desafiar os ares. E lá se foi o Jahú de Natal a São Paulo, fazendo várias escalas no meio do percurso, dessa vez não para um vôo histórico e perigoso, mas para uma grande celebração.
Onde quer que pousassem, o hidroavião e seus tripulantes - Barros, o comandante, mais três companheiros - eram recebidos com mesuras oficiais e alvoroço popular. O Rio de Janeiro parou e uma morena chegou a invadir a suíte de Barros, no hotel Glória, na tentativa de oferecer ao intrépido jovem de 27 anos algo mais que congratulações. A Praça da Sé, em São Paulo, ficou coalhada de gente para a missa aberta, na frente da Catedral que ainda estava em construção. Constitui-se até uma "Comissão Geral dos Festejos e Homenagens aos tripulantes do Jahú", que teve muito o que fazer durante pelo menos dois meses. Nesse período o comandante foi uma espécie de Ayrton Senna da aviação.
Hoje, setenta anos mais tarde, Barros só não é um personagem totalmente esquecido porque sua cidade natal - Jaú, no interior de São Paulo, à 280 quilômetros da capital - preserva com grande orgulho sua memória.
Há um grande monumento na praça principal, outro mais discreto numa praça menor, e ainda fotografias, papéis históricos e uma placa comemorativa no museu municipal. Fora da cidade, no entanto, os objetos e documentos do herói e sua máquina maravilhosa são tratados como quinquilharias. A despeito de seu valor, o avião Jahú está jogado às traças no Museu da Aeronáutica de São Paulo. Único exemplar em todo o mundo do modelo
S-55 da industria italiana Savóia Marchetti, o Jahú chegou a ser disputado por museus na Itália. Por decisão da família Ribeiro de Barros, que preferiu manter a máquina no Brasil, acabou sendo doado à Fundação Santos Dumont, a qual está vinculado o Museu da Aeronáutica.
Atirado num canto empoeirado que mais parece um cemitério de aviões, o Jahú tem suas peças de madeira carcomidas por cupins, dia após dia. Um relógio de pulso de Santos Dumont, cartas, mapas, troféus e esboços de projetos do comandante Barros simplesmente desapareceram. É o reflexo da situação calamitosa do museu - de resto, de quase toda a memória nacional -, há cinco anos interditado ao público, com rachaduras e infiltrações, escotilhas arrebentadas, porta principal fechada com um cabo de vassoura. À noite, o único segurança vai embora e o prédio vira abrigo de mendigos e viciados em crack.
Dois anos atrás a família do comandante entrou com uma ação na Justiça pedindo a volta de tudo que foi doado. "Fizemos a doação com condições que nunca foram cumpridas pela fundação nem pelo museu", diz o advogado José Ribeiro de Barros Filho, de 60 anos, sobrinho do comandante e porta voz da família.
A família Ribeiro de Barros, até hoje muito abastada, tinha naqueles anos 27 fazendas de café em Jaú e uma em Bauru. Dos sete irmãos que dividiam tarefas administrativas João era o mais irrequieto. Não gostava muito de ficar no campo e passou a se ocupar das compras de equipamentos .Viajava com frequência à Europa e Estados Unidos para importar o que de mais moderno havia para colheita e lavagem de café. O interesse profissional por máquinas agrícolas logo evoluíra para uma paixão desmedida por máquinas voadoras. Era a época em o homem começa a se aventurar nos céus e João Ribeiro de Barros resolveu largar o curso de Direito para estudar aviação nos Estados Unidos e Alemanha .
Aplicado, logo se tornou um dos melhores pilotos do mundo - eram pouquíssimos, menos de noventa, mas Barros ingressou rápido no time principal. Em 1926, aos 26 anos, quando foi à Savóia Marchetti encomendar um avião, já disposto a fazer a travessia do Atlântico, os donos da companhia italiana - então a mais respeitada - não toparam vender-lhe uma máquina zero quilômetro. O jovem viu-se obrigado a aceitar uma oferta perigosa: um S-55 de segunda mão, que já havia caído na África. Apesar de avariado, o avião custou uma pequena fortuna. Um fordinho custava 6 contos de réis e Barros teve de pagar pela máquina 550 contos - ou seja quase o preço de uma frota de 100 carros!!
Depois de uma série de consertos e adaptações técnicas, o avião - re-batizado de Jahú, grafia antiga da cidade do comandante - partiu de Gênova, na Itália, para Cabo Verde, ponto de partida para a travessia atlântica .Mas antes da chegada no arquipélago africano os motores começaram a falhar. Barros e seu mecânico, o também paulista Vasco Cinquini, abriram as engrenagens e constataram que houvera sabotagem. Um pedaço de bronze tinha sido colocado dentro do cárter, e nos tambores de gasolina - engenhosamente adaptados nos cascos de pouso do hidroavião - havia sabão caseiro.
Se a revisão total dos motores e a substituição total de 2,2 mil litros de gasolina, mais limpeza de tanques, mesmo hoje não são tarefas fáceis, imagine há setenta anos. Cinquini teve de voltar à Itália para mandar fazer peças de reposição, a tensão foi aumentando com o tempo perdido e o co-piloto Artur Cunha entrou em rota de colisão com Barros. Cunha deu sinais de que queria assumir o comando da equipe e acabou expulso. Às agencias telegráficas instaladas em Lisboa, para onde seguiu depois, o rebelado deu entrevistas debochando do ex-chefe e ainda e ainda ridicularizando certos feitos dos espanhóis. As declarações provocaram um entrevero diplomático entre o governo da Espanha, que viu ferida a honra da nacionalidade ibérica, e o Itamaraty brasileiro.
Quiprocó armado, até o então presidente do Brasil entrou na pendenga .Temendo maiores abalos nas relações exteriores, Washington Luís telegrafou para o comandante Barros, pedindo que desistisse da travessia. "Seria mais prudente que Sua Excelência cuidasse das obrigações de seu cargo e não se metesse em assuntos de que nada entende e onde não foi chamado", retrucou o aviador.
Com um novo co-piloto vindo do Brasil e maquinário totalmente revisado, Barros, então partiu para o vôo precursor entre os aviadores das Américas. Só não conquistou o pioneirismo mundial por conta dos percalços que o atrasaram em mais de três meses. Um mês antes dele, o italiano Francesco de Pinedo fez a mesma rota Cabo Verde - Fernando de Noronha, sem escalas. Assim, coube a Barros o título de primeiro aviador das Américas a cruzar o Atlântico num vôo direto. É certo que Charles Lindbergh cumpriu um trajeto maior, os 5,8 mil quilômetros que separam Nova York de Paris. Mas o fato é que na época o desafio proposto era atravessar o Atlântico, em qualquer que fosse a distancia - o que Barros fez antes do norte-americano . Além disso, enquanto Lindbergh contou com ajuda oficial para fabricar seu avião e embolsou um prêmio de 25 mil dólares oferecido pelo governo de seu país, Barros encarou a missão com a cara, a coragem e o próprio dinheiro .
O herói esquecido, que depois da aventura voltou aos afazeres nas propriedades da família e prestou serviços à Aeronáutica, pesquisando e comprando equipamentos no exterior, morreu em 1947 sem ter casado ou deixado filhos . Sua história fabulosa estimula os conterrâneos de Jaú na mobilização pelo resgate do S-55, o principalsímbolo da expedição. "Queremos o avião aqui, onde será bem cuidado", diz Raquel Cesarino, diretora do museu da cidade. A iniciativa, mesmo que tardia, parece oportuna. A sétima década do vôo atlântico do Jahú pode, finalmente, marcar o resgate da memória desse pioneiro da aviação, o mais importante para o Brasil depois de Santos Dumont.
Extraído da revista :"Os Caminhos da Terra" texto de Kaíke Nanne em janeiro de 97
Aviao: Savoia Marchetti S 55
Construtor: Societa Idrovolanti Alta Italia
Ano: 1925
Motor: 2/ 700 hp Fiat A-24R (12 cl. ) (no Jahu mudados p/ 1.100 hp)
Envergadura: Fts-79, Mts- 24,36
Comprimento: Fts-54,2 Mts16,51
Altura: Fts-15,5 Mts-5,00
Peso Vasio: 5,200 kg
Peso Max. de Deco.: 16,975 Lbs 7,700 Kg
Carga Util: 1,609 Lbs 730 Kg
Vel. Max.: 146 Ml/h 236 Km/h
Vel de Cruzeiro: 116 Ml/h 187 Km/h
Autonomia: 1.243 Milhas 4.200 km
Tripulacao: 2
Passageiros: 10-12
O Primeiro S55 voou em 1924. Teve motores e fins diversos. Nos anos seguintes, teve
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