Clive "Killer" Caldwell – O especialista em Stuka
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Clive "Killer" Caldwell – O especialista em Stuka
Clive "Killer" Caldwell – O especialista em Stuka
Clive Robertson Caldwell nasceu em Lewisham, Sydney no dia 28 de Julho de 1911. Obteve sua licença de piloto civil antes da guerra, no Royal Aero Club. Juntou-se a RAF no início de 1939 e foi promovido a Pilot Officer (Aspirante) em 1940. Como estava designado para ser instrutor de vôo após seu treinamento, ele abandonou a RAF e alistou-se de novo, desta vez como estagiário de tripulante. Aceito em 1941, foi enviado para o Oriente Médio onde passou a pilotar P-40 Tomahawks no Esquadrão Nº 250 da RAF. Após um breve período de operação na Síria e em Chipre, o esquadrão de Caldwell foi realocado no deserto ocidental. Foi neste Teatro que ele alcançou grande sucesso.
Até o meio do ano de 1940, Caldwell havia voado 40 missões operacionais, mas
Possuía apenas uma vitória confirmada, contra um Bf 109.
Ele estava perplexo com o fato de não conseguir atingir com suas metralhadoras e canhões aos aviões inimigos. Quando retornava de uma missão sob o deserto, notou a sombra de sua aeronave nas areia abaixo. Ele então disparou uma rajada e observou aonde as balas atingiam o solo em relação à sombra de sua aeronave. Ele descobriu então um método de deflexão de tiro para alvos em movimento. Futuras experiências o levaram a adquirir mais conhecimento sobre tiro aéreo a diversas velocidades. Em duas semanas ele conseguiu abater quatro aeronaves bem como compartilhar uma outra. O método de Caldwell de “Tiro na Sombra”, tornou-se o procedimento padrão no Oriente Médio.
No dia 29 de agosto de 1941, Caldwell foi atacado por dois Bf-109, ao noroeste de Sidi Barrani, sendo que um dos caças alemães era o conhecido Bf 109 E-7 “Preto 8”, pilotado por um dos grandes ases alemães, o Tenente Werner Schroer, que possuía 114 vitórias em apenas 197 missões de combate. O Tomahawk de Caldwell foi atingido por mais de 100 tiros de metralhadoras 7.9 mm e por cinco tiros de canhão 20 mm, que atingiram o pneu e tornaram o inoperativo o flap. No primeiro passe do alemão, Caldwell foi atingido nas costas, no ombro esquerdo e na perna. No seguinte, o canopy foi atingido, espalhando estilhaços que atingiram sua face e seu pescoço. Dois dos tiros de canhão atingiram a fuselagem traseira, logo atrás do assento do piloto e um outro, uma das asas, danificando-a bastante. Apesar dos danos, tanto da aeronave como de si mesmo, Caldwell, voltou-se contra os atacantes, e com muita raiva, conseguiu abater um dos Bf 109. O piloto do outro Messerschmitt, o famoso Tenente Schrorer, chocado com os acontecimentos, abandonou o combate. O motor do Tomahawk começou a pegar fogo, mas Caldwell conseguiu extinguí-lo, realizando curvas violentas. Ele então, retornou seu destroçado avião até Sidi Haneish
O dia mais bem sucedido de Caldwell, foi o 5 de dezembro de 1941, quando ele abateu cinco Ju 87, num único combate, durante a Operação Crusader. Nesta missão, o Esquadrão Nº 250 e o Nº 112, interceptaram uma leva de Ju 87, escoltados por Bf 109. O 112 engajou a escolta e o 250 os Stukas.
Por causa de sua agressividade, destreza no combate aéreo e determinação no ataque ao solo, Caldwell recebeu o apelido de “Killer” (Matador), apelido este que ele particularmente não gostava. O apelido, entretanto, permaneceu e era assim que Caldwell era citado. Na opinião do Wing Commander R.H. "Bobby" Gibbes (piloto do Esquadrão Nº 3 da Royal Asustralian Air Force no Norte da África e no Sudeste do Pacífico, sob o comando de Caldwell), o apelido “Killer” veio do fato de Caldwell ter o hábito de atirar em qualquer veículo inimigo que ele observasse no solo, quando estivesse retornando de uma missão. Normalmente ele pousava sem munição alguma.
Caldwell foi promovido a comandante de esquadrilha em novembro de 1941, e recebeu sua DFC com Barra no dia 26 de dezembro, quando já possuía 17 vitórias. Foi promovido a Squadron Leader (Major) em janeiro de 1942 e designado como comandante do Esquadrão Nª 112, voado Kittyhawks. Por sua liderança, confiança , coragem, por ter sob seu comando vários pilotos poloneses, e pelo contínuo sucesso com o esquadrão, é que ele recebeu a Polish Cross of Valour (Krzyz Walecznych).
Contrastando com o grande sucesso do Circo de Skalski, os pilotos poloneses alocados ao Esquadrão Nº 112 não tiveram tanto sucesso assim. Doze pilotos poloneses, que fugiram de seu país num barco, se voluntariaram para a servir na RAF, engajando no dia 29 de agosto de 1941, e após receberem treinamento, foram alocados no Esquadrão em fevereiro de 1942. No dia 14 de fevereiro de 1942, uma patrulha composta de aeronaves do Esquadrão Nº 112 da RAF e do Esquadrão Nº 3 da RAAF, interceptaram formação inimiga composta de 32 aeronaves, e o 2º Tenente Dula abateu um MC 200. Em outro combate contra 6 Bf 109 do I/JG 27 no dia 21 de fevereiro de 1942, três Kittyhawks do Esquadrão Nº 112 foram abatidos, dois deles pilotados por ploneses, o Sargento Derma e o Tenente Jander. No dia 13 de março de 1942, os pilotos Pilot Officer Bartle (inglês) e o Sargento Rozanski (polonês), ao separarem-se de sua formação foram pegos de surpresa e abatidos pelo Oberfeldtwebel Otto Schulz do 4./JG 27, um ás que terminou a guerra com 42 vitórias, sendo que Rozanski, sobreviveu a queda. No dia seguinte, o Sargento Urbanczyk, juntamente com o Squadron Leader Caldwell abateram um Bf 109.
No dia 15 de março de 1942, o Esquadrão Nº 112 foi removido da frente de batalha para Sidi Haneish, para receber reforços. Os pilotos poloneses só retornaram a voar no esquadrão no dia 16 de abril de 1942.
Enquanto servia no Esquadrão Nº 112, Caldwell foi requisitado pelo governo australiano, para comandar um Grupo, que operaria em defesa da ilha. Esse Grupo era constituído de 3 esquadrões de Spitfires, e por isso Caldwell passou algum tempo estagiando no Grupo de Kenley, antes re retornar a seu país, para ser treinado no novo avião. Os japoneses estavam ameaçando o nordeste da Austrália, e várias cidades eram regularmente bombardeadas por eles. Caldwell, ao sair do Oriente Média, possuía 19 vitórias individuais, três compartilhadas, seis prováveis e 15 danificados.
Quando de sua saída do Oriente Médio, o Marechal da RAF Lord Tedder escreveu sobre Caldwell: Um excelente líder, e um atirador de primeira.
Ao assumir o comando do Grupo Nº 1 de Caça, baseado em Darwin, Caldwell continuou mostrando sua habilidade excepcional como piloto de combate, e abateu mais oito aeronaves. No total, Caldwell abateu 26 aeronaes e teve três vitórias compartilhadas, até sair do comando do Grupo e receber por sua atuação as medalhas DSO, DFC com Barra e a Polish Cross of Valour.
Relação das vitórias de Caldwell:
Data | Aeronave | Resultado | Local | |
1 | 26/6/41 | Bf 109 (a) | Destruído | Capuzzo |
2 | 30/6/41 | Bf 110 (b) | Destruído (compartilhado) | Tobruk |
3 | 30/6/41 | Ju 87 (c) | Destruído | Tobruk |
4 | 30/6/41 | Ju 87 | Destruído | Tobruk |
5 | 7/7/41 | G.50 | Destruído | Gazala |
6 | 16/8/41 | G.50 | Destroyed (compartilhado) | Em patulha no mar |
7 | 29/8/41 | Bf 109F | Destruído | Sidi Barrani |
8 | 27/9/41 | Bf 109 | Destruído | BuqBuq |
9 | 28/9/41 | Bf 109 | Destruído | Bardia |
10 | 23/11/41 | Bf 109 | Destruído | Tobruk |
11 | 23/11/41 | Bf 109 (d) | Destruído | Baheira |
12 | 5/12/41 | Ju 87 | Destruído | El Adem |
13 | 5/12/41 | Ju 87 | Destruído | El Adem |
14 | 5/12/41 | Ju 87 | Destruído | El Adem |
15 | 5/12/41 | Ju 87 | Destruído | El Adem |
16 | 5/12/41 | Ju 87 | Destruído | El Adem |
17 | 12/12/41 | Bf 109 | Destruído | Derna-Tmimi |
18 | 20/12/41 | Bf 109 | Destruído | Barce |
24/12/41 | Bf 109 (e) | Danificado | ||
19 | 21/2/42 | Bf 109 (f) | Destruído | Derna-Gazala |
20 | 14/3/42 | C.202 | Destruído | Tobruk |
21 | 14/3/42 | C.202 | Destruído (compartlhado) | Tobruk |
22 | 23/4/42 | Bf 109 | Destruído | Bir Hacheim |
23 | 2/3/43 | Zeke (A6M) | Destruído | Port Charles |
24 | 2/3/43 | Kate (B5N) | Destruído | Port Charles |
25 | 2/5/43 | Zeke (A6M) | Destruído | Darwin |
26 | 2/5/43 | Zeke (A6M) | Destruído | Darwin |
27 | 20/6/43 | Zeke (A6M) | Destruído | Darwin |
28 | 30/6/43 | Zeke (A6M) | Destruído | Batchelor |
29 | 30/6/43 | Betty (G4M) | Destruído | Batchelor |
30 | 20/8/43 | Dinah (Ki-46) (g) | Destruído | Cape Fourcroy |
(a) Bf 109E of I/JG27, pilotado pelo Lt. Heinz Scmidt; (b) Aeronave de III/ZG26; (c) Ju87 do II/StG2, pilotado pelo Lt. Wagner e Uffz Walz; (d) Bf 109F do Hpt Wolfgang Lippert, Kommandeur do II/JG27 possuidor da Knight's Cross; (e) Bf 109F do III/JG27 danificado. O piloto, Oblt Erbo Graf von Kageneck, 69 vitórias 'Experte' e possuidor da Knight's Cross, morreu dos ferimentos recebidos no hospital no dia 12 Jan 1942; (f) Bf 109F do II/JG27; pilotado pelo Lt Hans-Arnold Stahlschmidt ; (g) Aeronave da 202 Sentai.
Caldwell retornou a operação em abril de 1944, após um período comandando uma Unidade de Treinamento, para comandar o Grupo Nº 80, operando em Darwin a Morotai. Nessa época a aviação japonesa praticamente não mais existia, e o papel da RAAF no sudeste do Pacífico era praticamente o de apoio aéreo aproximado. O Grupo Nº 80 só realizava ataques com metralhadora e bombardeamento de alvos terrestres, missões essas que faziam com que os pilotos não ficassem motivados e frustrados. Eram alvos isolados e os pilotos diziam que eles arriscavam suas vidas para obterem resultados pouco ou nada contribuíam para a vitória final. Em abril de 1945, Caldwell e outros sete oficiais pediram baixa em protesto contra o papel desempenhado pela RAAF nos estágios finais da guerra. Essa atitude criou uma crise na RAAF, pois três oficiais generais, incluindo o Air Commodore Cobby, foram destituídos de seus cargos. Caldwell terminou a guerra adido ao Quartel General da 1º Força Aérea Tática, em Melbourne. Ele saiu definitivamente da RAAF em 1946 e foi um bem sucedido homem de negócios. Faleceu no dia 5 de agosto de 1944
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