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fixo - planadorismo
Planadores RC
Estamos praticando o F3J, cada encontro, cada campeonato, surpreende pelo nível de amizade, coleguismo e espírito de equipe que reina entre os competidores, por si só esta amizade vale a pena. Alguns detalhes aqui comentados foram obtidos pela observação, papos de pista, artigos, incluindo os escala 1:1, durante nossas tentativas de melhorar nossos vôos sem motor, hoje voltados para os 10 ou 15 minutos pré-determinados de duração com o pouso no alvo, já que poucas vezes nos vimos à volta com desafios de distância ou velocidade. Somos planadoristas, não é um hélice que dê maior torque ou velocidade, nosso desafio é obter um tempo determinado e no pouso o alvo, aproveitando as forças que a natureza nos oferece.
Reboque, muito discutido, uma busca eterna por uma padronização na altura que conseguimos obter um lançamento bem feito, que resulte em uma altura maior que a dos concorrentes mais 20 a 30 metros, faz muita diferença, pode resultar em alguns benefícios diretos, 1/2 minuto ou mais de vôo planado; aumento do raio de alcance; ascendentes com maior diâmetro e mais estáveis que mais próximo ao solo. Vale o treinamento de preferência em tempo calmo, analisando a altura dos reboques, buscando o melhor lançamento em menor tempo.
Depois de um bom lançamento, procuramos as famosas e imprevisíveis térmicas:
O planador tem de ser estável, bem trimado, devemos estar muito familiarizados com seu jeito de voar e suas reações. Ao entrar em uma área de ascendente, ele vai mudar seu comportamento, dependendo do angulo que entrar na térmica, toda térmica é um centro de baixa pressão e esta envolvida por uma área de descendente. Com a diferença de velocidade das duas massas de ar podemos observar melhor algumas reações, pode levantar uma asa, as vezes apenas um chacoalho, levantando a cauda, o modelo flutua, alteração da velocidade, etc. alguns avisos quase imperceptíveis que temos de reconhecer. Teoricamente, existe um centro mais forte e deve ser localizado e manter o planador voando dentro deste espaço. Quando? No momento que tivermos certeza de que ela existe, que está ali, que seremos capazes de centrá-la e não perdê-la para ver nossos companheiros ganhando preciosa altura e minutos de vôo.
Geralmente nossas térmicas tem um espírito que se diverte em nos desafiar, são formadas por uma quantidade de ar mais leve, os formatos podem ser de bolhas, cilíndricas ou alongadas, podem bifurcar ou se juntar, grandes áreas ou muito localizadas, normalmente tem um sentido de rotação, funcionam como chaminés, que subindo e se expandindo em um ar mais rarefeito ela também se resfria, existindo um alto gradiente térmico ela continuará ganhando velocidade de subida e definindo melhor seus limites externos, aumentando em diâmetro se tornando menos turbulenta e o nosso conforto melhora muito, diretamente proporcional à altitude... mas nem todos os dias, temos grande irradiação solar, um bom terreno, quantidade de umidade ideal, um pouco de fumaça ou poeira, as andorinhas mais baixas e os urubus não muito altos, (ao nosso alcance) para nos indicar a ascendente e lá em cima, cúmulus bonitos, bem definidos, em pleno desenvolvimento. Em dia de prova todo o grupo em apenas uma térmica, no máximo duas, subindo muito alto, e a decisão ficando para o último segundo do tempo de trabalho, e a distância do alvo.
Ar quente, o sol aquece a superfície terrestre, o ar junto a qualquer superfície troca calor com ela, temos o ar aquecendo em virtude de estar em contato com uma superfície ensolarada e com maior poder de absorção do calor, nesta região temos uma massa de ar mais quente e mais leve que àquela a sua volta. Ar úmido é mais leve que o ar seco, além de melhorar a absorção do calor. O gradiente térmico, que é a diferença de temperatura com a altitude, tem de estar igual ou maior que a perda de temperatura com a expansão dos gases quando a massa de ar está ganhando altitude e perdendo pressão. Os três fatores importantes para a formação de correntes ascendentes, mas precisam ser desestabilizadas. O vento vem auxiliar, movimentando a atmosfera fazendo com que as massas de ar se desloquem, nesta ação mecânica do vento as bolhas menos densas acabam se despregando mais facilmente do solo.
Os lagos ou alagadiços, grande umidade, mais frio que o terreno em torno, também trocando calor, tendem a manter uma massa de ar "presa" à superfície, que tende a se alastrar pelas áreas vizinhas ocupando o espaço de massas de ar mais quentes e leves que deixam o solo em forma de ascendentes. Nas matas, temos grande insolação, ou uma lavoura extensiva. Com o sol não atingindo o terreno e as folhas das plantas acabam absorvendo quase todo o calor gerado pelo sol, precisamos da umidade transpirada pelas plantas, evaporação dos rios e lagos. Ao lado de cada mata, de cada lago, sempre haverá um campo de insolação maior, gerando calor a massa de ar úmido em contato com a maior radiação ficará mais leve e subirá dando espaço a ser ocupado por mais ar úmido que irá se aquecer e se elevar, um gerador quase contínuo de térmicas. Às vezes acaba sendo até batizada pelos frequentadores da área.
Normalmente voamos em um descampado grande o suficiente para gerar as térmicas que tanto buscamos, aqueles obstáculos em torno do campo, um pequeno barranco ou aquela árvore no meio de nossa pista, que sempre tentam agarrar nossos modelos, e sempre acabam conseguindo, querem apenas mantê-los um pouco mais de tempo nas alturas, estão sempre desprendendo ascendentes, a massa de ar absorvendo calor e umidade sobre o campo, ao encontrar um destes obstáculos, a turbulência por eles provocada, vai ser um eterno gerador de nossas térmicas. Um pouco de vento e no caso algum obstáculo, sempre vamos encontrar algum "lift domesticado".
Quase sempre vamos encontrar nossa térmica a sota vento do obstáculo, quanto maior o vento mais ela estará inclinada, e se o vento for forte, ela deixará de ser aquela chaminé definida e estará cisalhada, intermitentes em pequenas bolhas de sustentação, difíceis de encontrar e de centrar, passando rapidamente, quando ao rodá-la observamos nosso modelo fugir muito para incomodo "sota vento".
Os que já experimentaram o vôo silencioso conhecem o sabor de voar e subir em um dia que não promete nada, acredito que o caminho é estudar para entender melhor o temperamento de nossas térmicas.
por:
Nelson O. Machado
Planadorista
Estamos praticando o F3J, cada encontro, cada campeonato, surpreende pelo nível de amizade, coleguismo e espírito de equipe que reina entre os competidores, por si só esta amizade vale a pena. Alguns detalhes aqui comentados foram obtidos pela observação, papos de pista, artigos, incluindo os escala 1:1, durante nossas tentativas de melhorar nossos vôos sem motor, hoje voltados para os 10 ou 15 minutos pré-determinados de duração com o pouso no alvo, já que poucas vezes nos vimos à volta com desafios de distância ou velocidade. Somos planadoristas, não é um hélice que dê maior torque ou velocidade, nosso desafio é obter um tempo determinado e no pouso o alvo, aproveitando as forças que a natureza nos oferece.
Reboque, muito discutido, uma busca eterna por uma padronização na altura que conseguimos obter um lançamento bem feito, que resulte em uma altura maior que a dos concorrentes mais 20 a 30 metros, faz muita diferença, pode resultar em alguns benefícios diretos, 1/2 minuto ou mais de vôo planado; aumento do raio de alcance; ascendentes com maior diâmetro e mais estáveis que mais próximo ao solo. Vale o treinamento de preferência em tempo calmo, analisando a altura dos reboques, buscando o melhor lançamento em menor tempo.
Depois de um bom lançamento, procuramos as famosas e imprevisíveis térmicas:
O planador tem de ser estável, bem trimado, devemos estar muito familiarizados com seu jeito de voar e suas reações. Ao entrar em uma área de ascendente, ele vai mudar seu comportamento, dependendo do angulo que entrar na térmica, toda térmica é um centro de baixa pressão e esta envolvida por uma área de descendente. Com a diferença de velocidade das duas massas de ar podemos observar melhor algumas reações, pode levantar uma asa, as vezes apenas um chacoalho, levantando a cauda, o modelo flutua, alteração da velocidade, etc. alguns avisos quase imperceptíveis que temos de reconhecer. Teoricamente, existe um centro mais forte e deve ser localizado e manter o planador voando dentro deste espaço. Quando? No momento que tivermos certeza de que ela existe, que está ali, que seremos capazes de centrá-la e não perdê-la para ver nossos companheiros ganhando preciosa altura e minutos de vôo.
Geralmente nossas térmicas tem um espírito que se diverte em nos desafiar, são formadas por uma quantidade de ar mais leve, os formatos podem ser de bolhas, cilíndricas ou alongadas, podem bifurcar ou se juntar, grandes áreas ou muito localizadas, normalmente tem um sentido de rotação, funcionam como chaminés, que subindo e se expandindo em um ar mais rarefeito ela também se resfria, existindo um alto gradiente térmico ela continuará ganhando velocidade de subida e definindo melhor seus limites externos, aumentando em diâmetro se tornando menos turbulenta e o nosso conforto melhora muito, diretamente proporcional à altitude... mas nem todos os dias, temos grande irradiação solar, um bom terreno, quantidade de umidade ideal, um pouco de fumaça ou poeira, as andorinhas mais baixas e os urubus não muito altos, (ao nosso alcance) para nos indicar a ascendente e lá em cima, cúmulus bonitos, bem definidos, em pleno desenvolvimento. Em dia de prova todo o grupo em apenas uma térmica, no máximo duas, subindo muito alto, e a decisão ficando para o último segundo do tempo de trabalho, e a distância do alvo.
Ar quente, o sol aquece a superfície terrestre, o ar junto a qualquer superfície troca calor com ela, temos o ar aquecendo em virtude de estar em contato com uma superfície ensolarada e com maior poder de absorção do calor, nesta região temos uma massa de ar mais quente e mais leve que àquela a sua volta. Ar úmido é mais leve que o ar seco, além de melhorar a absorção do calor. O gradiente térmico, que é a diferença de temperatura com a altitude, tem de estar igual ou maior que a perda de temperatura com a expansão dos gases quando a massa de ar está ganhando altitude e perdendo pressão. Os três fatores importantes para a formação de correntes ascendentes, mas precisam ser desestabilizadas. O vento vem auxiliar, movimentando a atmosfera fazendo com que as massas de ar se desloquem, nesta ação mecânica do vento as bolhas menos densas acabam se despregando mais facilmente do solo.
Os lagos ou alagadiços, grande umidade, mais frio que o terreno em torno, também trocando calor, tendem a manter uma massa de ar "presa" à superfície, que tende a se alastrar pelas áreas vizinhas ocupando o espaço de massas de ar mais quentes e leves que deixam o solo em forma de ascendentes. Nas matas, temos grande insolação, ou uma lavoura extensiva. Com o sol não atingindo o terreno e as folhas das plantas acabam absorvendo quase todo o calor gerado pelo sol, precisamos da umidade transpirada pelas plantas, evaporação dos rios e lagos. Ao lado de cada mata, de cada lago, sempre haverá um campo de insolação maior, gerando calor a massa de ar úmido em contato com a maior radiação ficará mais leve e subirá dando espaço a ser ocupado por mais ar úmido que irá se aquecer e se elevar, um gerador quase contínuo de térmicas. Às vezes acaba sendo até batizada pelos frequentadores da área.
Normalmente voamos em um descampado grande o suficiente para gerar as térmicas que tanto buscamos, aqueles obstáculos em torno do campo, um pequeno barranco ou aquela árvore no meio de nossa pista, que sempre tentam agarrar nossos modelos, e sempre acabam conseguindo, querem apenas mantê-los um pouco mais de tempo nas alturas, estão sempre desprendendo ascendentes, a massa de ar absorvendo calor e umidade sobre o campo, ao encontrar um destes obstáculos, a turbulência por eles provocada, vai ser um eterno gerador de nossas térmicas. Um pouco de vento e no caso algum obstáculo, sempre vamos encontrar algum "lift domesticado".
Quase sempre vamos encontrar nossa térmica a sota vento do obstáculo, quanto maior o vento mais ela estará inclinada, e se o vento for forte, ela deixará de ser aquela chaminé definida e estará cisalhada, intermitentes em pequenas bolhas de sustentação, difíceis de encontrar e de centrar, passando rapidamente, quando ao rodá-la observamos nosso modelo fugir muito para incomodo "sota vento".
Os que já experimentaram o vôo silencioso conhecem o sabor de voar e subir em um dia que não promete nada, acredito que o caminho é estudar para entender melhor o temperamento de nossas térmicas.
por:
Nelson O. Machado
Planadorista
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